O passado histórico como fonte para a produção literária e à pesquisa em literatura – formação crítica de professores

Gilmei Francisco Fleck

Resumo
Neste texto buscamos discutir como o passado histórico – registrado pela historiografia – pode integrar-se à produção literária, na produção de gêneros híbridos como, por exemplo, o romance histórico. Tal gênero híbrido entra-se, na atualidade, dividido, segundo Fleck (2017), em três diferentes fases, compostas, por sua vez, por 5 diferentes modalidades: o romance histórico clássico (LUCKÁCS, 1970), o romance histórico tradicional (MÁRQUEZ RODRÍGUEZ, 1995; FLECK, 2017), o novo romance histórico latino-americano (AÍNSA 1991; MENTON, 1993; FLECK 2017), a metaficção historiográfica (HUTCHEON, 1991) e o romance histórico contemporâneo de mediação (FLECK, 2017). Essa produção híbrida, por amalgamar aspectos de duas áreas bastante próximas – história e literatura –, por serem essencialmente produzidas a partir do uso da linguagem, estiveram irmanadas ao longo de muitos séculos havendo, contudo, uma separação entre áreas nas primeiras décadas do século XIX quando a história adquiriu o status de ciência e a literatura seguiu no âmbito das artes. Entretanto uma separação radical entre elas não chegou a durar, pois estudos críticos evidenciaram, prontamente, que tanto história como literatura são discursos, produtos de linguagem construídos a partir de condicionantes históricos sociais econômicos e culturais. Enquanto a literatura se ancora na verossimilhança quando relê o passado, a história, ancorada em seu método científico, afirma um discurso assertivo da passeidade, da “veracidade”. Evidenciamos, aqui, pois, como os estudos comparativos entre ambas as áreas apresentam uma vasta gama de possibilidades de estudos e pesquisas que conduzem a uma formação docente mais crítica, ampla e descolonizadora. 

Palavras-chave
Romance histórico, História, Literatura; Formação docente. 

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