Estética da recepção, leitura subjetiva e incentivo à leitura: algumas ponderações

Thiana Nunes Cella e Gilmei Francisco Fleck

Resumo
Em meados do século XX, com Hans Robert Jauss e os decorrentes estudos relativos à estética da recepção, o leitor passa a figurar papel de destaque na tríade literária (leitor, autor e obra) e a ser entendido como um elemento essencial para a existência da literatura, uma vez que essa só se concretiza no ato de leitura. Assim, a atividade receptiva se inicia no momento de aproximação entre leitor e texto, e esse diálogo dependerá do grau de identificação e estranhamento com a obra lida, bem como das implicações sociais e culturais a que ambos estão vinculados. Com base nessa perspectiva teórica, este resumo expandido realiza um breve exame sobre os principais pressupostos recepcionais, aborda algumas questões referentes à leitura literária nas salas de aula brasileiras, suas relações com o desligamento entre o texto literário e o seu público, as implicações e as procedências do falacioso fracasso escolar e as lacunas deixadas pela rede de ensino básico. Na sequência, algumas estratégias de leitura bem-sucedidas (vinculadas à leitura interativa, à leitura digital e a livros sinestésicos) são apresentadas, as quais foram desenvolvidas no âmbito do ensino técnico integrado. Dessa maneira, considerando as implicações subjetivas, identitárias e ideológicas dos leitores, o trabalho objetiva compartilhar e estimular estratégias para o incentivo à leitura literária em sala de aula, a fim de incentivar e consolidar um comportamento perene de leitura e romper, portanto, com o abismo existente entre a literatura e seu público leitor.

Palavras-chave
Estética da recepção. Estímulo à leitura. Leitura literária. Leitura subjetiva.

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