Resumo
Este
breve estudo tece algumas considerações sobre o romance histórico Crónica del descubrimiento (1980), do escritor uruguaio Alejandro Paternain
(1933-2004), em que se busca analisar o efeito da paródia a partir da leitura
de alguns trechos e fragmentos da obra para ilustrar como se processa a
releitura da história pela forma como o autor explora a temática do
“descobrimento”. A narrativa de Paternain estabelece um diálogo crítico com o Diário de bordo de Cristóvão Colombo –
documento que concentra o relato sobre o primeiro contato entre europeus e ameríndios ao que se segue a
descrição da natureza, dos costumes dos habitantes e das possibilidades de exploração da
terra “descoberta”, em que contesta e relê o evento para compor o universo
diegético de Crónica del
descubrimiento, fornecendo ao leitor uma perspectiva distinta do
acontecimento ao propor um descobrimento
ao revés, em que são os aventureiros autóctones que descobrem a Europa e
seus “exóticos” habitantes. Assim, a paródia,
como uma prática intertextual que implica na transformação/deformação do texto
retomado, contribui por fomentar na obra analisada uma leitura que dessacraliza
o passado da forma como conhecemos ao ressignificá-lo sob uma nova roupagem,
oferecendo ao leitor outra forma de concebê-lo e imaginá-lo. Para fundamentar
as análises do trabalho, utilizaremos as considerações de Linda Hutcheon (1991)
e Tiphaine Samoyault (2008), que desenvolvem os conceitos de intertextualidade
e de paródia.
Palavras-chave
Paródia. Poética do descobrimento. Crónica del
descubrimiento (1980).
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