As relações intertextuais entre o capítulo “Prólogo à moda antiga (e fora do lugar)”, de o Equilibrista do Arame Farpado, de Flávio Moreira da Costa e o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas

Gabriela Andreatti e Weslei Roberto Candido

Resumo
Mais do que indicar a presença de um texto em outro, a intertextualidade é responsável pela construção de significados entre dois ou mais textos e, por esse motivo, faz com que o leitor busque, no passado, as referências necessárias para a compreensão do texto atual. Assim, a intertextualidade, a paródia, o pastiche e as outras formas de retomada da escrita literária anterior são responsáveis pela releitura do sistema literário, uma vez que possibilitam ao leitor revisitar o passado e reinterpretá-lo, com base na relação intertextual estabelecida. O presente trabalho analisa a relação entre o capítulo “Prólogo à moda antiga (e fora do lugar)”, de O equilibrista do arame farpado, e o romance de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas. As análises foram realizadas por meio de um estudo comparativo, que tomou como base investigativa a presença do narrador machadiano e as construções intertextuais e paródicas no capítulo de Flávio Moreira da Costa. Utilizar-se-á, para fundamentar as análises do trabalho, as obras de Julia Kristeva, de Linda Hutcheon e de Tiphaine Samoyault, que desenvolvem os conceitos de intertextualidade e de paródia, essenciais à base teórica da pesquisa. Procurou-se mostrar, afinal, de que maneira Flávio Moreira da Costa relê a obra machadiana, por meio de processos intertextuais e paródicos e da incorporação do personagem Brás Cubas. Desta maneira, ler os romances em questão pela chave da intertextualidade possibilita a atualização da obra machadiana no século XX, confirmando a importância de Machado de Assis para a tradição literária brasileira.

Palavras-chave
Intertextualidade. Literatura Brasileira. Paródia.

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