A representação da condição feminina nos romances Jane Eyre e Wide Sargasso Sea: diálogos pós-coloniais no romance de autoria feminina

Ana Maria Soares Zukoski

Resumo
O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma análise interpretativa acerca das diferentes representações femininas nas obras Jane Eyre publicada em 1847, pela romancista inglesa Charlotte Brontë, e Wide Sargasso Sea, publicado em 1966, pela escritora dominiquesa Jean Rhys. A análise focalizará duas personagens em específico, Jane Eyre, no romance homônimo e Bertha Mason ou Antoinette Cosway no romance pós-colonial Wide Sargasso Sea. O romance de Jean Rhys surge no contexto da narrativa pós-colonial como uma forma de reescrita do romance de Charlotte Brontë, e alça Bertha à condição de protagonista ao ter voz para contar sua história, por meio da sua visão, uma vez que no romance Jane Eyre essa personagem é apenas mencionada imprecisamente como a “louca do sótão”, sendo, desta maneira, silenciada pela narrativa. Em linhas gerais, a representação de Jane encontra-se mais próxima ao horizonte de expectativa da sociedade da época do que Bertha. Por essa perspectiva, podemos estabelecer um diálogo entre ambos os romances no que concerne ao modo de representação das personagens femininas, tendo como base teórica os pressupostos da crítica feminista e do pós-colonialismo, como Bonnici (2000), Bonnici (2007), Vasconcelos (2002), Muzart (2011), Reis (1992), Rocha (2016), Watt (2010), entre outros autores.

Palavras-chave
Crítica feminista. Literatura de autoria feminina. Pós-colonialismo.

Texto completo:

Nenhum comentário:

Postar um comentário